O Livro versus a Série
(por
José Noce)
Neste
post eu farei uma série de resenhas comparando os livros de George R. R. Martin
com a adaptação feita pela HBO. Narrarei os fatos sempre que possível pelo
ponto de vista da série, mídia mais “acessível”. Assim, espero aguçar a vontade
de vocês a lerem os livros, pois, valem a pena. Caso ainda não tenham lido ou
assistido Game of Thrones, eu só
tenho uma coisa a lhes dizer: spoiller
aqui é mato! Estejam avisados.
Para
começar, falarei do estilo narrativo do autor. Não há um protagonista na
história. Como muitos dizem, o personagem principal é a terra de Westeros. Como
assim? Explico o “porque.”
Primeiro,
desde o Rei até o cavalariço retardado que só sabe falar uma palavra – “Hodor! Hodor!” – todos os personagens
são bem construídos e detalhados. Em segundo, já que todos eles são de certa
forma especiais, ninguém é especial! Isso
permite a George R. R. Martin matar os personagens sem dó. Às vezes, é meio
frustrante, porém a trama fica rica, interessante, bem longe daquilo que
estamos acostumados a ver. Em terceiro lugar, a história é narrada por várias
óticas diferentes. Cada capítulo tem o nome de um personagem distinto e é um
enquadramento de cenas sob o ponto de vista do mesmo.
Cronologicamente,
a primeira temporada da série segue a trama do livro em relação ao desenrolar
dos fatos. Obviamente, o livro possui muito mais detalhes do que uma cena é
capaz de oferecer. Na série, como era de se esperar, não é possível “ler os
pensamentos” dos personagens. Por este motivo, confesso que achei mais
interessante, na série, o “Sucesso Decisivo no Teste de Heráldica” de Catelyn
Stark quando ela reconhece os cavaleiros na taverna e relembra-os de seus votos
de vassalagem para ajuda-la a prender Tyrion Lanister. Uma descrição detalhada é
trocada por uma simples visão de figurino. Sem o recurso de um narrador
constante, que para um filme seria algo enfadonho, não há como descrever muito
do prelúdio dos personagens, que é feito, meramente, por meio de diálogos.
O cenário segue a mesma
ótica. Ele é descrito com muito mais grandiosidade no livro. Vistos da série,
não há como perceber realmente o quão duras e frias são as terras do Norte,
como Winterfell, a Muralha, Fosso Cailin e o Gargalo, estas duas últimas
cortadas da história. Ou então como o Vale Arryn é inexpugnável, dada a sua
geografia acidentada e de caminhos tortuosos, desde as terras circundantes,
passando pelos Portões Sangrentos até o Ninho da Águia.
Não
percam a Parte II, falando sobre a mudança que os personagens sofreram na série em relação ao livro.
Cara, a postagem ficou maneira!
ResponderExcluirInfelizmente, é muito difícil adaptar qualquer livro para a mídia visual (TV e Filme). A sensação de cada leitor é ignorada. Por isso prefiro os livros.
Pena que não consegui ler os romances ainda, então vou acompanhando a série.
Excelente post!
Pois é, estou lendo o segundo livro ainda e estou acompanhando a série. Já deu pra sentir as diferenças, como vc mesmo colocou, inevitáveis. De qualquer modo, me dá calafrios só de pensar todo o COLOSSAL trabalho de adaptação pra TV. PS: a descrição de cenários e vestimentas no livro é bem legal.
ResponderExcluirVou colocar os romances na lista! Acho que agora vai dar um pouquinho de tempo.
ExcluirGente, valeu pelos elogios.
ResponderExcluirApesar de eu ser essencialmente um purista, tenho que reconhecer que alterações são inevitáveis. Primeiro, por conta de serem mídias diferentes. E segundo porque os produtores sempre procuram alcançar o mesmo impacto na série que o do best-seller. Diminui até a quantidade de spoillers, já que os fatos são de alguma forma alterados.