Crônicas megalanas
(por Filipe Dias)
Ao longe se ouvia o
gotejar intermitente numa poça de água. A respiração do cavaleiro ofegava,
pressentindo a sua presa. O ar da caverna estava estático, silencioso, morto.
Morto como os cadáveres espalhados por toda parte, daqueles que tentaram
investir contra a besta. Inúmeros tentaram, no entanto nenhum havia retornado
ao feudo de Mirgan para contar a estória. Nas trevas o cavaleiro continuava a
avançar, no compasso de seu coração que denunciava seu temor e seu receio.
“Será que minha carcaça se juntará a essa paisagem desolada?” Perguntou-se a si
mesmo, mas não encontrou resposta.
Sir
Percival empunhou seu escudo de forma a conseguir maior firmeza na sua defesa.
Apertou mais o punho ao sentir sua mão ensopada de suor dentro das manoplas.
Sua respiração ofegou novamente por traz da viseira do elmo. A lembrança de
Lancelot turvou sua mente por um segundo. “Será que retornarei a rever meu
filho?” Decidiu que seus pensamentos tiravam-lhe a concentração e para
sobreviver deveria estar atento ao embate que estava preste por vir. Com um
aceno de mão espantou seus fantasmas internos e continuou pela caverna.
De
repente seu coração disparou. Percebeu que deixara de ser o caçador para ser a
presa. Lentamente levou a mão à espada. O calor a suas costas aumentou
abruptamente, mas Percival conseguiu girar rapidamente e interceptar com o
escudo o sopro de fogo da besta. Doze metros de altura, escamas vermelho-rubi,
olhos ameaçadores e garras mortais. Seu
hálito inspirava morte. O dragão mais uma vez encheu o peito e preparou par
soltar uma nova baforada. E ela veio, avassaladora, queimando tudo ao seu
redor. Mais uma vez o temerário
cavaleiro bloqueou com o escudo, mas este se consumiu em cinzas.
Desprovido
de sua defesa viu perdido, entretanto sua coragem o incitou a atacar. O dragão
não esperava por essa atitude. Todas as suas vitimas haviam se desesperado
frente a sua aparição. Mas esse cavaleiro era diferente. Trazia algo mais que
uma espada e um escudo para a batalha. Dentro da couraça empunhava não só
bravura, mas nobreza de alma. Era forte, astuto e decidido. Não fugira como
todos os outros, ao contrário, enfrentava seu destino com destreza e audácia.
Mais
uma vez a besta exalou seu fogo o eu obrigou Sir Percival a jogar todo seu
corpo para a esquerda, rolando, tentando escapar de um novo ascédio. Entretanto
na queda sua espada havia caído e agora se tornara presa fácil para ser
destroçado pela poderosa mandíbula do réptil voador. A criatura preparou o
bote. Nesse momento, tateando o chão, suas mãos encontraram uma lança. Sir
Percival a ergueu e esta atravessou as escamas, atingido o coração do dragão.
Em dor a criatura debateu-se agonizou
até a morte. E esta façanha fora contada nos mais suntuosos salões de todo o
império megalano.
Salve
Sir Percival, o matador de Dragões!
Mil honras ao nobre Sir Percival!
ResponderExcluirMuito bom!
Obrigado Nobre Odin! Valeu mesmo!!!
ExcluirLegal cara! Gostei! :)
ResponderExcluirObrigado nobre Epickingdom! Esteja convidado a ler outros contos na sessão de crônicas.
ResponderExcluirLegal!
ResponderExcluirValeu Luciana!!!
Excluir\o/
Mto Bacana Druida!
ResponderExcluirObrigado José!
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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